
A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, foi vítima de agressão verbal e física na última sexta-feira (12) dentro do campus da universidade. Um homem não identificado a xingou de “lixo comunista” e a atingiu com uma cusparada ao deixar o prédio da instituição.
Segundo relato do marido de Melina, o advogado Marcos Gonçalves, a ação foi uma “agressão covarde”. Nas redes sociais, ele relacionou o episódio a um clima de tensão recente na universidade. Na terça-feira anterior, estudantes haviam bloqueado o acesso ao prédio de Direito durante o evento “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”, organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que buscavam discutir decisões da Corte sobre a tentativa de golpe de 2022. O evento acabou cancelado pela universidade.
O caso provocou reação imediata da comunidade acadêmica. O Centro de Estudos da Constituição da UFPR divulgou nota manifestando repúdio à agressão:
“A professora Melina foi alvo de violência física e verbal em uma clara tentativa de intimidação. Este ato covarde atinge os valores de liberdade e democracia que sustentam a universidade pública e o espaço coletivo.”
Outras instituições, como o Projeto das Promotoras Legais Populares de Curitiba e Região Metropolitana e o Grupo de Pesquisa em Direito Constitucional da UFMT, também prestaram solidariedade à professora, destacando seu trabalho na defesa dos direitos humanos.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu nota reafirmando a importância do respeito às liberdades democráticas e à convivência pacífica no ambiente acadêmico:
“A democracia exige respeito às liberdades, ao pluralismo e à convivência pacífica, sobretudo no espaço universitário, que deve ser preservado como ambiente de diálogo e de construção do conhecimento — jamais como palco para violência, intolerância ou tentativas de silenciamento.”
Até o momento, o agressor não foi identificado, e a universidade segue acompanhando o caso, reforçando medidas de segurança para docentes e estudantes.
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